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Cientistas testam a 'pílula anticoncepcional masculina'

sábado, 30 de julho de 2011

SERTÃO INFORMADO
The New York Times Os anticoncepcionais masculinos vêm atraindo atenção crescente de cientistas.
Incentivadas por organizações de mulheres, grupos globais de saúde e pesquisas que indicam a receptividade dos homens, agências federais nos EUA vêm financiando novas pesquisas.
Alguns métodos serão apresentados em uma conferência marcada para outubro, sob o patrocínio da Fundação Bill e Melinda Gates.
A abordagem mais estudada nos EUA usa os hormônios testosterona e progesterona, que "mandam" o corpo parar de produzir espermatozoides.
Mas esse método não funciona para todos os homens e causa efeitos colaterais, como o aumento de colesterol.
Outra possibilidade é a pílula gamendazole, derivada de uma droga anticâncer, que interrompe o amadurecimento dos espermatozoides, afirma Gregory S. Kopf, vice-reitor no Centro Médico da Universidade do Kansas.
O centro iniciou discussões com a FDA (agência reguladora de remédios e alimentos no EUA) sobre a droga, já testada em ratos e macacos.
O cientista John K. Amory, da Universidade de Washington, estuda uma droga desenvolvida para infecções por vermes que causa infertilidade. Ele descobriu que a substância bloqueia a produção do ácido retinoico, importante para fabricar o esperma.
Mas a droga atua de forma semelhante a um medicamento usado contra o alcoolismo, de modo que, quando alguém bebe enquanto a está tomando, sente-se mal.
Amory está trabalhando para torná-la compatível com álcool. "O engraçado é que, não fosse pelo álcool, ninguém precisaria de anticoncepcionais", brinca.
Elaine Lissner, diretora do Projeto de Informação sobre Contracepção Masculina, criou uma fundação para desenvolver outras abordagens.
Uma delas envolve a injeção de gel no escroto para desativar os espermatozoides. Outra prevê aquecer os testículos brevemente com um ultrassom, o que pode sustar a produção de espermatozoides por meses.
"A cada seis meses, você levaria seu carro para trocar o óleo e, enquanto isso, iria para o consultório fazer um ultrassom", disse Lissner. 



CONFIANÇA
É claro que as mulheres teriam que confiar que seu parceiro estivesse usando uma pílula, como os homens precisam confiar nelas hoje.
Um dos métodos -implantes hormonais- deixa visível um volume no bíceps do homem. "Eles gostam porque podem se exibir; é a prova de que estão usando um anticoncepcional", diz Amory.
As empresas farmacêuticas ainda não apostaram em nenhum dos métodos, à espera de algo eficaz e seguro.
Os hormônios -em implantes, injeções, géis ou comprimidos-, embora não sejam a melhor solução, podem ser aprovados primeiro.
Hoje, 5% dos homens não reagem a eles. O motivo não é conhecido. Os hormônios ainda podem causar efeitos adversos sobre o coração, a pele, o humor e o colesterol.
Michael Lehmann, paisagista de 39 anos de Seattle, conta que sofreu efeitos colaterais mínimos com implantes e géis. Ele teve acne e pensamentos sexuais frequentes.
Steve Owens, 39, assistente social, não gostou do gel de testosterona que passou no braço. Sua mulher e filha não puderam encostar nele durante horas, para não serem expostas ao hormônio.
Já os implantes sob a pele foram aprovados. "Se eu fosse solteiro, poderia ter usado isso para chamar alguém para sair comigo."
Fonte-uol



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